MÉTODO DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL

O sistema sensorial se inicia no processo gestacional e continua a se desenvolver na primeira infância, tendo como período de ouro dos 09 meses aos 5 anos. Muitas atividades terapêuticas, lúdicas, acadêmicas e até mesmo em ambiente doméstico, promovem a interação dos sistemas sensoriais nessa fase da vida. No entanto, se os problemas sensoriais persistirem, haverá um impacto significativo na vida de uma criança, acarretando disfunções sensoriais importantes e impactando no processo de seu desenvolvimento neuropsicomotor e muitas vezes tendo por diagnóstico “Transtorno do Processamento Sensorial”.

A ordem do desenvolvimento sensorial (tato, vestibular, paladar, olfato, audição e visão) é a mesma ordem pela qual as áreas do Sistema Nervoso Central se desenvolvem, e a ordem pelo qual o mundo é vivenciado. O processamento sensorial implica na capacidade para receber, organizar e dar sentido aos diferentes inputs sensoriais recebidos pelo cérebro (Miller, 2006). A modulação sensorial é a capacidade do Sistema Nervoso Central (SNC) para regular e organizar o grau, a intensidade e a natureza das respostas do input sensorial de uma forma graduada e adaptativa (Miller, Reisaman, McIntosh & Simon, 2001).

Sendo que o registro e a modulação sensorial têm mais implicações no comportamento, nas emoções, na motivação e na atenção e, a discriminação sensorial tem mais implicações nas competências percetivas, controle postural e ocular, praxis e na maneira como a criança adapta e organiza as suas ações no meio. Apesar do sistema visual ser muito importante nos primeiros meses de vida, os sistemas tátil, vestibular e proprioceptivo desenvolvidos precocemente, continuam a influenciar as transações com o meio ao longo de toda infância.

Sendo o PROCESSAMENTO SENSORIAL DEFINIDO O A CAPACIDADE QUE O CÉREBRO TEM DE RECEBER E INTERPRETAR SENSAÇÕES (DeGangi, 1991).Muitas pesquisas identificam que os PREMATUROS apresentam comprometimento no processamento sensorial ou por permanecerem muito tempo internado em UTI ou por ainda terem imaturos sistemas sensoriais, acarretando maior prevalência nos DOMÍNIOS de: Procura Sensorial, Evitamento Sensorial, Processamento Oral, Processamento Visual e Processamento Tátil, Processamento vestibular e Baixo Limiar que influenciam a forma como interagem com o meio.

A maioria dos casos observados de crianças prematuras têm muitas semelhanças entre si, quer ao nível das DESORDENS DO PROCESSAMENTO SENSORIAL, quer ao NÍVEL DO DESEMPENHO OCUPACIONAL NO BRINCAR, AUTONOMIAS, RELAÇÕES INTERPESSOAIS E APTIDÕES PRÉ-ACADÉMICAS.

A técnica de Integração Sensorial é de uso exclusivo da Terapia Ocupacional, porém, a Fisioterapia utiliza os recursos desta técnica agregando maiores benefícios à estimulação neurosensoriomotora do paciente, o que permite à Fisioterapia desenvolver novas estratégias terapêuticas, com ferramentas de acordo com o perfil sensorial de cada indivíduo, utilizando novos enfoques para proporcionar uma melhor eficiência na intervenção motora.

E por estar presente em áreas como comunicação, fala e linguagem, no desenvolvimento sensorial dos órgãos fonoarticulatórios e no desenvolvimento da alimentação, a Fonoaudiologia utiliza os equipamentos que essa técnica de tratamento traz como recurso para a estimulação global da criança, desenvolvendo novas estratégias terapêuticas com ferramentas de acordo com o perfil sensorial de cada criança.